Alimentação – Como não cair na monotonia?
A alimentação balanceada e saudável na pediatria é imprescindível para um adequado crescimento e desenvolvimento infantil e pode ser dividida em 4 fases:
Recém-nascido até dois anos
O Ministério da Saúde juntamente com a Sociedade Brasileira de Pediatria criaram os dez passos para alimentação saudável:
- Dar somente leite materno até os seis meses de idade, sem oferecer água, chá, ou outros alimentos;
- A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o aleitamento materno até os dois anos;
- Após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, legumes e frutas) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno e, cinco vezes por dia, se estiver desmamada;
- A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança;
- A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas e purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família;
- Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação colorida
- Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
- Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
- Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados;
- Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
Nos casos em que o aleitamento materno não é possível, deve-se usar fórmula infantil que satisfaça as necessidades do lactente Segue um guia para introdução dos alimentos complementares:
- Até 6º mês: leite materno;
- 6º mês: leite materno e papa de frutas;
- 6º ao 7º mês: papa principal uma vez ao dia, ovo, suco de frutas;
- 7º ao 8º mês: papa principal duas vezes ao dia;
- 9º ao 11º mês: passar para a comida da família gradativamente;
- 12º mês: comida da família.
Alimentação na fase pré-escolar - três aos seis anos
Nesta idade, é muito frequente escutarmos dos pais que o filho não come bem. Isto ocorre principalmente, porque há uma desaceleração do crescimento pondero-estatural que diminui naturalmente, as necessidades de ingestão alimentar das crianças. Algumas dicas para a alimentação:
- A criança deve sentar-se à mesa com a sua família
- As refeições e lanches devem ser servidos em horários fixos, com intervalos de três horas;
- Doces, bolachas, bolos e balas devem ser oferecidos raramente e apenas como sobremesa ou nos lanches
- Controlar a oferta de líquidos durante as refeições. O ideal é oferecê-los após a refeição na forma de água ou sucos naturais
- A monotonia alimentar, sem variações do cardápio é um fator que contribui para a queda do apetite da criança. A alimentação deve ser bem colorida, com varias texturas, formas e disposição no prato de forma atrativa
- Recompensas, chantagens ou castigos para forçar a criança a comer devem ser evitados, pois podem reforçar a recusa alimentar da criança
- Quando possível preparar receitas com a ajuda das crianças
- Controlar ingestão de sal, açúcar e gordura
- Oferecer alimentos ricos em ferro, cálcio, vitamina A e D, além de zinco, pois são essenciais nesta faixa etária.
Alimentação na fase escolar - sete aos onze anos
O diário alimentar da criança em idade escolar deve acompanhar a rotina da família, conforme a disponibilidade de alimentos e às preferências e aos costumes da família. No mínimo a criança deve fazer três refeições diárias: café da manha, almoço e jantar. Recomendações:
- A alimentação deve ser variada, incluindo todos os grupos alimentares, evitando-se o consumo de refrigerantes, balas e outras guloseimas
- Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes
- Restringir o consumo de gorduras saturadas e trans e o sal para evitar hipertensão arterial e doenças cardiovasculares na vida adulta
- Consumo adequado de cálcio para formação da massa óssea e profilaxia de osteoporose na vida adulta
- Controle de ganho de peso.
A Alimentação dos adolescentes
Na adolescência, as necessidades nutricionais são influenciadas simultaneamente, pelos eventos da puberdade e pelo estirão do crescimento. Eventos que influenciam o equilíbrio nutritivo:
- Inicio da transformação puberal;
- Aceleração do crescimento longitudinal;
- Aumento da massa corporal;
- Modificação da massa corporal;
- Variações individuais quanto a atividade física realizada.
Neste período, também ocorre aumento da densidade mineral óssea, alcançando o pico no final da adolescência e evoluiu gradativamente ate a idade de adulto jovem. A nutrição tem papel fundamental no desenvolvimento físico do adolescente e o consumo de dieta inadequada pode influir desfavoravelmente sobre o crescimento somático e maturação.
Atenção ao aporte necessário de cálcio, ferro e zinco nesta faixa etária
Alimentação inadequada na adolescência pode resultar no desenvolvimento de doenças crônicas como hipertensão arterial, doença arterial coronariana, dislipidemias, obesidade, diabetes e osteoporose. Entretanto o risco dessas doenças pode ser modificado por algumas medidas nutritivas:
- Aumento do consumo de leite e derivados;
- Aumento do consumo de legumes, verduras e frutas;
- Aumento do consumo de fibras;
- Limitação na ingestão de açucares e gorduras;
- Estimular uma dieta variada que inclua porções adequadas de cada um dos grupos principais de alimentos.